02 abril 2012

"Quedaremos los dos mansos para así descifrar lo que hoy nos trajo justo aquí."

7h40, o primeiro alarme toca.
É hora de acordar para o mundo que por ser compartilhado por muitos, se chama real.
Ao meu lado, a materialização do mundo paralelo, de dois e porque não, das maravilhas.
8h, toca o segundo alarme, confirmando que já não sobra tempo.
Enquanto fazemos o ritual matutino, cada minuto passa muito rápido.
Como fazer o tempo parar só mais um pouquinho?
8h24, chegou o trem.
Em algumas paradas, a verdadeira despedida. E o dia, real, começa.
12h54, a tecnologia em favor de dois e uma mensagem para dizer "oi, sempre aqui".
14h59, a resposta.
15h12, 15h13, 15h14, 15h15,15h19, 15h20, 15h21, 15h25. Porque é difícil terminar, mesmo que seja com um "daqui a pouco nos falamos".
17h, já sei como colocar em prática, só falta eu fechar os últimos detalhes.
19h, acaba o dia que começou depois da despedida marcada pela separação física.
19h45, perco a parada do trem porque não consigo deixar de ler, o meu escritor preferido. Me reconheço em suas palavras e sem intenção de roubar a obra poética, em muitas páginas poderia ter a minha assinatura.
20h. Desço do trem e olhando mais uma vez o livro, o título e os anos nos quais os poemas foram escritos, me dou conta de que foi o meu mesmo período onde minhas tripas, coração e alma estavam um pouco desordenadas. E agora, quem explicará?
E entre cada segundos e minutos dessas horas tão marcadas pelo relógio, vôos altíssimos, palavras sinceras, pensamentos ilimitados misturados com a razão que nos obriga.
Já está aqui. Tudo. Completo. Inteiro. Intenso. Não é possível voltar atrás. Não quero voltar.
Não existem responsáveis. Existe vontade. Desejo de não deixar nada escapar.
"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo".*
21h, de volta ao lugar onde os cheiros, as imagens, os lugares alimentam a sensação de paz no coração e enche as veias de felicidade.
Que o relógio ganhe asas e agora sim, as horas possam voar.
Porque nada dura para sempre mas, a intensidade de cada coisa deve ser vivida.
As segundas-feiras, tem sido de muito trabalho para o cérebro do meu coração.
*José Saramago
Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais não terá sido mera coincidência.


Clica no título e desfruta da trilha sonora.

1 comentario:

  1. Ya dicen que las mujeres pensáis demasiado, no me extraña si teneis un segundo cerebro en el corazón. :-)
    Siempre me ha encantado la voz de Helena, así que la "trilha sonora" me ha encantado.

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