28 agosto 2012

"Vamos nos jogar onde já caímos, tudo novo de novo, vamos mergulhar do alto onde subimos"



O Tempo prometera a Manhã uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa. Era uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
    Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau. Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato mas uma jovem andorinha permaneceu num galho de uma árvore. Tiveram um pouco a conversar, ou melhor discutir.
    Desde ai, o Gato Malhado só pensava na Andorinha Sinhá e vice-versa. Numa manhã ele passeou pelo parque e os seus pés levaram-no até a casa da Andorinha. A partir daí todos os dias se encontravam para passear e conversar. Já no fim do Verão, o Gato disse a Andorinha que até casava com ela, ao qual ela respondeu que andorinhas não se casavam com gatos. Depois disso, a Andorinha andou desaparecida.
    Andou pela boca dos animais um boato que a Andorinha namorava com o Gato, e todos criticavam ambos.
    Algum tempo mais tarde, já no Outono, o Gato soube que a Andorinha estava de casamento marcado com o Rouxinol,  muito amigo dela. Desde então, o Gato Malhado, passou a andar triste e mal-humorado para todos.
    Revoltado, o Gato matou alguns dos animais que começaram com os boatos.
    Já no Inverno, ocorreu o casamento do Rouxinol com a Andorinha Sinhá. Era tanta a tristeza do Gato Malhado, que ele decidiu caminhar até ao Fim do Mundo. Este viu a Andorinha, pela última vez no casamento, ela também o viu. Na cara dela via-se também tristeza, pois gostara também do Gato, mas fora obrigada a casar com o Rouxinol.
    A Andorinha Sinhá deixou cair uma pétala de rosa do seu buquê sobre  Gato, a qual ele colocou  no peito, parecendo uma gota de sangue.
    Quando o gato saiu de lá, a pétala brilhou e encaminhou-o até ao Fim do Mundo.
    Assim, a Manhã recebeu a rosa azul do Tempo.




Autor: Jorge Amado
Título: O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá


21 agosto 2012

Montanha russa

São 22h10 e estamos a 29 graus em Barcelona. Não que isso importe muito com esse post mas, registrar tudo sempre é bom. Estou com a alma apertada. Com uma sensação estranha, tipo aquelas que "dizem" o que está por vir. O detalhe aqui é que não quero que venha. Existem tantas teorias, tantas frases escritas, tantos livros, quando tudo é muito mais fácil. Eu sei o que é amor e o que é amar. As vezes acho que não sei amar. As vezes acho que amo errado. As vezes, escuto que amo errado. Como seria amar errado? Sinceramente não sei responder a essa pergunta. Basicamente porque a resposta seria o contrário de tudo o que eu escuto que as pessoas querem e na maioria das vezes não fazem. Todo mundo quer encontrar a alma gêmea na mesma proporção que todo mundo tem medo de encontrar a alma gêma. Ah...seria muito fácil e monótono encontrar alguém que você saiba que é a sua alma gêmea. COMO?!?! Seria a coisa mais linda do mundo. Mas, são tantas teorias sobre a existência e atuação humana na terra que é impossível aproveitar os "achados". Aí, você não encontra a alma gêmea. Mas, encontra alguém mais ou menos muito igual a você. Você se reconhece nessa pessoa. E deseja se dar. Se entregar 100%. Dar-se. E parece que começa um jogo. Onde quanto mais você se mostra, mais o outro quer que você se esconda. E se você começa a se esconder mais o outro quer que você se mostre. Jogar. Não quero jogar. É a única grande coisa que eu não quero. Ok, me rendo, eu Não sei jogar. Na minha cabeça é dificil relacionar jogo com amor. E chega o momento em que me dizem que eu vivo em mundo fantástico. Mas, poxa, todo mundo quer esse mundo! Mas, ninguém tem coragem de assumir ou melhor, ninguém tem coragem de se deixar levar. Estou tão cansada de que me "obriguem" a jogar. Farta de escutar que TENHO que jogar. Tão chateada por ter que ser quem eu não sou pelo simples fato de que as pessoas não se deixam ser quem querem ser. Talvez esteja sendo dramática. E assumo que posso ser bem dramática. Mas é que minha alma apertada está calada. Não chora, não ri, não reage. Deu por escrever... E as borboletas que sempre estão na barriga, resolveram passear. Agora insistem em aparecer da maneira mais inusitada e na maioria das vezes voando assim por mim, como quem diz "Está me vendo? Estou aqui." Contudo, ainda preciso aprender a mensagem da borboleta nesse momento. Existem tantas teorias, tantas frases escritas, tantos livros. Existe tanto amor... São 22h39, dia 21 de agosto de 2012 e apenas temperatura continua igual.

06 agosto 2012

Verdade!?

A verdade verdadeira sempre é a melhor. Por mais dura que seja. A verdade hipotética, não existe (pelo menos no presente) e a verdade inventada essa eu não quero nem de longe. Falando de Sartre, chegamos obviamente a Simone de Beauvoir e como não me servia de exemplo - não esqueci de me lembrar - de Jorge_Amado e Zélia Gattai. E não é que todos eles foram amigos íntimos? Seria a prova de que pensamentos tão diferentes e ao mesmo tempo tão literários podem compartilhar o mesmo período artístico? Ou seria a demonstração de que dentro de mundos diferentes sempre existe um ponto de equilibrio? Também está a teoria de que amar é se adaptar. Desde que as duas partes estejam na mesma sintonia. Admiro cada um em seu particular mas, juntos, comprovei a minha certeza de que prefiro o exemplo de Jorge e Zélia.